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Mostrando postagens de 2017

UM ECONOMISTA NA ACADEMIA

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Apesar de não exercer a profissão de economista, foi uma grande satisfação assistir pela televisão a posse de Edmar Bacha na ABL e ver uma plateia de grandes economistas brasileiros presentes a esse evento. Foi no ano de 1992 que me formei em economia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ou seja, quase vinte e cinco anos, porém há mais de 10 anos que cancelei meu registro profissional pois há quase vinte anos trabalho na área jurídica e até me formei em direito, mas não nego que tenho uma ponta de inveja daqueles que trabalham diretamente com a Economia. Mas o que faz alguém gosta de uma ciência que, com toda razão, foi denominada pelo filósofo escocês Thomas Carlyle (1795 a 1881) de “a ciência melancólica”? Poderíamos argumentar que Carlyle viveu no limiar da “ciência política”, quando ele nasceu, o celebre livro de Adam Smith (sim, a economia nasceu com um Adão), “Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações” ainda não tinha completad

A TERRA DO LÁ, LÁ, LÁ E A VIDA REAL

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Deixando de lado a discursão a respeito do roteiro e da qualidade dos protagonistas como cantores e dançarinos, a verdade é que, não obstante o tema repetitivo e as cenas na maior parte copiadas de outros filmes famosos, Lá Lá Lá Land é um filme encantador e merecedor dos prêmios conquistados e faz justiça às indicações ao Oscar. A história de amor entre a balconista Mia (Emma Stone), que sonha com o estrelato, e o pianista de jaz Sebastian (Ryan Gosling) e seu final decepcionante e ao mesmo tempo apropriado, nos leva a refletir que a vida é cheia de escolha e muitas vezes a realização de um sonho é ao mesmo tempo significa o abandono de outro. Isto porque a vida sempre envolve escolhas difíceis e tais escolhas provocam consequências e, infelizmente, até mesmo as escolhas corretas provocam perdas, como ficou claro no filme. Não escolhemos nascer nem em qual lugar, tampouco em que família e se cresceríamos ricos ou pobres; brancos, negros, amarelos ou mestiços; homens ou mu

CHEGUEI AOS 50, E AGORA?

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O tempo passa, e como passa! O problema é que chega um dia em que, quando acordamos, já estamos com cinquenta anos, e não adianta esquecer, pois sempre haverá alguém para nos “parabenizar por essa data tão querida”! Por certo, deveríamos ser gratos por alcançar uma marca que a maioria de nossos ancestrais não alcançaram, afinal, levou séculos até que a expectativa de vida ultrapassasse o patamar de meio século, mas a verdade é que essa conquista também produz consequências que muitas vezes se refletem em nossa vida profissional. É claro que ainda não somos “velhos”, não chegamos à tão propalada “melhor idade”, eufemismo do qual eu discordo efusivamente, afinal, cada idade tem suas vantagens e suas desvantagens e cada ano a mais de vida é uma conquista que merece ser festejada, porém devemos ser realistas e reconhecer que somos limitados e que nossas limitações se ampliam sempre que avançamos em idade. Uma das nossas maiores decepções ao “atravessar o Cabo da Boa Esperança cr

CUIDE-SE!

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Muitas pessoas dispensam especial carinho por seu automóvel, fazendo revisões periodicamente e ao menor sinal de que algo está errado fazem questão de procurar a concessionária ou o mecânico para descobrir o que há de errado. Outras passam horas em seus escritórios ou em suas lojas, sempre atentas para que nenhuma mercadoria seja entregue com atraso ou defeito ao cliente, para que os serviços sejam prestados com eficiência e para que tudo funcione perfeitamente. O que não dizer daqueles que são apaixonados por seus animais de estimação, tomando todos os cuidados com vacinas, limpezas, alimentação e tudo o mais necessário para o bem-estar de seus bichinhos queridos? Tais pessoas, porém, nem sempre têm o mesmo cuidado com a própria saúde, deixando muitas vezes de dar atenção aos sinais que o corpo apresenta de que alguma coisa vai mal. Na verdade, não deveria ser necessário o corpo reclamar para que alguma providência fosse tomada pois, se periodicamente fizéssemos exames básicos

EMPREGABILIDADE NO SERVIÇO PÚBICO: O QUE ESPERAR?

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Ao abrir recentemente uma conta no LinkedIn, parece que uma nova janela se abriu para que eu redescobrisse uma antiga paixão, a Economia, que se havia trancada em um porão escuro enquanto eu me envolvia cada vez mais fundo nas ciências jurídicas por conta de minha profissão. De certa forma, ainda que sem o rigor de um trabalho acadêmico ou a pretensão de uma resenha jornalística, postei recentemente um artigo cujo título era uma pergunta que propositalmente, deixei em aberto. No artigo mencionado, fiz um breve histórico sobre a implicação das inovações tecnológicas quanto às relações de trabalho descrevendo alguns ciclos de construção e destruição criativas. Quase ao mesmo tempo, traduzi dois artigos discorrendo sobre a questão tecnológica, o primeiro sob uma abordagem um pouco pessimista e o segundo mais otimista, ambos disponíveis no LinkedIn. Bem, partindo do geral para o particular, faço uma sinopse da minha própria experiência laboral para traçar rumos para q

A IMPORTÂNCIA DE CULTIVAR A GENEROSIDADE

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Acabei de ler uma postagem no LinkedIn que me chocou e me fez pensar que, apesar de toda informação sobre inteligência emocional, empatia, feedback , proatividade e tantas outras qualidades que permeiam uma boa gestão, ainda existem aqueles que ainda agem como se estivessem na 1ª Revolução Industrial. Na postagem mencionada, uma candidata a emprego foi entrevistada e até é elogiada pelo entrevistador, mas quando ela perguntou quando ou se será contratada o seu interlocutor respondeu que dependeria do orçamento e que não teria prazo para responder, um verdadeiro descaso para com quem busca uma nova oportunidade no mercado neste momento tão difícil da nossa economia. Infelizmente, bondade é uma qualidade bastante escassa nos dias de hoje e também era no passado, ocorre que não é raro um que ato impensado de descortesia pode ter um efeito bumerangue, voltando-se contra a própria pessoa ou empresa que desse modo age. Recordo-me de um servidor de um cartório que atendeu de mane

COMO LIDAR COM O ESTRESSE NO EXATO MOMENTO EM QUE ELE ACONTECE

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Por: Rebecca Knight   ( Publicado na Harvard Business Review ) Traduzido por Claudio Schueler Baroni Você ouve vários conselhos sobre como reduzir o estresse no trabalho, mas a maior parte deles é sobre o que fazer a longo prazo – pratique Yoga, alimente-se com uma dieta saudável, organize uma agenda ou durma melhor. - Porém, o que fazer quando você está sufocado pelo estresse do momento – em sua escrivaninha ou em uma reunião? Talvez você tenha ouvido más notícias por um cliente ou a você tenha sido atribuído um novo projeto. Como recuperar o controle? O que um especialista diz Oitenta por cento dos americanos estão estressados no trabalho de acordo com um estudo recente realizado pela Nielsen da Everest College. Baixa remuneração, carga de trabalho exagerada e frequentes viagens de trabalho são as principais fontes de tensão, seguidas de perto por colegas importunos. O que exacerba o problema é que as pessoas já entram no trabalho carregadas de stress, diz Maria G

JUSTIÇA FEDERAL EM AÇÃO

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A Justiça Federal mais uma vez demonstra que, uma vez imune a influências políticas quanto à nomeação de cargos e à gestão, eficiência e produtividade são compatíveis com o serviço público, a despeito do discurso de grande parte da imprensa em sentido contrário. Segundo dados divulgados no último dia 5 de dezembro pelo CJF, cada Juiz Federal solucionou em média 2000 processos e a perspectiva é de que em 2017 não exista mais qualquer processo com mais de 4 anos de tramitação na Justiça Federal. Além disso, a Justiça Federal tem se destacado por ser a única cuja arrecadação tem sido superior às despesas, de acordo com dados do exercício de 2015 (os dados de 2016 ainda estão sendo compilados). Cumpre lembrar que as custas são bem inferiores às cobradas pela Justiça Estadual do Rio de Janeiro, por exemplo, e que os valores são os mesmos desde 1996, ano da edição da Lei que regula as custas devidas à Justiça Federal (LEI Nº 9.289, DE 4 DE JULHO DE 1996). Vale ressaltar ainda q

Emprego x Tecnologia: Quem vencerá?

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Na esteira do artigo de Thomas H. Davenport , ‘ Why Trump Doesn’t Tweet About Automation ”, que traduzi e publiquei neste blog, gostaria de tecer algumas considerações quanto ao que nos reserva em termos de emprego neste momento em que se fala inclusive em uma nova revolução industrial e cujas consequências são difíceis de mensurar. Antes de tudo, convém lembrar que conceitos como estabilidade, direitos adquiridos ou institutos como pensões, aposentadorias e tantos outros que imaginávamos irreversíveis não passavam de miragens do século XX. A história do trabalho, porém, sempre foi de exploração e incertezas desde os seus primórdios, e nada indica que os avanços tecnológicos irão transformar isso. A narrativa bíblica do Livro do Gênesis nos diz que, assim que o homem foi expulso do paraíso, teria que suar o rosto para adquirir o seu pão de cada dia. Desde os tempos mais primitivos, porém, quando a espécie humana era nômade e vivia em tribos e não em cidades, já havi

Por que Trump não Tweeta sobre automação?

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              Donald Trump alicerçou grade parte de seu discurso na promessa de devolver aos   americanos os seus empregos, será que ele sabe que seu próprio emprego está a perigo por causa de sua promessa? Leia este interessante artigo de Thomas H. Davenport , publicada na Havard Bussiness Review . Desde que conquistou a presidência dos Estados Unidos em novembro, Donald Trump twettou frequentemente sobre a diminuição dos postos de emprego. Ele está furioso com as empresas que planejam transferir empregos para o México ou para a China. Ele assumiu o crédito de convencer empresas, incluindo a Ford e a Carrier Corporation, de manter seus empregos no país. Ele se opõe irredutivelmente à terceirização e aos grandes tratados comerciais como a NAFTA e à TPP (Parceria Transpacífico) devido às perdas de empregos americanos que eles poderiam produzir. A automação, contudo, não parece vir à sua mente como um todo. Ele não fala ou twetta sobre o assunto, não reclama sobre a perda de