CHEGUEI AOS 50, E AGORA?


O tempo passa, e como passa! O problema é que chega um dia em que, quando acordamos, já estamos com cinquenta anos, e não adianta esquecer, pois sempre haverá alguém para nos “parabenizar por essa data tão querida”!

Por certo, deveríamos ser gratos por alcançar uma marca que a maioria de nossos ancestrais não alcançaram, afinal, levou séculos até que a expectativa de vida ultrapassasse o patamar de meio século, mas a verdade é que essa conquista também produz consequências que muitas vezes se refletem em nossa vida profissional.

É claro que ainda não somos “velhos”, não chegamos à tão propalada “melhor idade”, eufemismo do qual eu discordo efusivamente, afinal, cada idade tem suas vantagens e suas desvantagens e cada ano a mais de vida é uma conquista que merece ser festejada, porém devemos ser realistas e reconhecer que somos limitados e que nossas limitações se ampliam sempre que avançamos em idade.

Uma das nossas maiores decepções ao “atravessar o Cabo da Boa Esperança cronológico” é perceber que nossa memória não funciona como antes, facilmente esquecemos compromissos importantes ou a localização dos documentos ou mercadorias que antes lembrávamos com rapidez, e o que não dizer de nomes, endereços ou mesmo de uma palavra relevante ao redigir um documento?

Infelizmente, quem nunca gostou de uma agenda agora precisa ter uma, outra estratégia são os tradicionais quadros de cortiça no qual pendurar alguns recadinhos com os compromissos importantes e um bloquinho de notas no fundo da gaveta do armário para gravas as incontáveis senhas que usamos no dia a dia.

Hoje dispomos de uma série de ferramentas eletrônica que nos ajudam a controlar nossos compromissos sem que precisemos sobrecarregar o nosso cérebro, então, façamos bom uso delas.

Como o número de pessoas acima dos cinquenta anos já representa uma proporção significativa da população mundial, é natural que sejamos tentados por anúncios prometendo uma memória prodigiosa, uma sexualidade extraordinária, ossos fortes como uma rocha, músculos de tigre ou mesmo a volta dos cabelos para os que já os perderam há tempo, sendo a maioria dessas promessas infundadas, pois os sintomas da idade podem até ser diminuídos, mas não aniquilados.

É importante lembrar que os cabelos brancos, o cansaço no final do dia ou mesmo a redução do apetite sexual não são o prenúncio do fim do mundo, pelo contrário, mais do que nunca é necessário manter uma vida social ativa, não deixar de lado os contatos profissionais, e sobretudo aproveitar para realizar aqueles sonhos que a falta de tempo dos dias de trabalho duro e estudos frequentes ou mesmo o cuidado com os filhos impediam, para dedicar-se a frequentar um curso de música, aprender aquele idioma que não serve pra nada a não ser conversar ou ler em uma língua diferente.

Podemos quem sabe aprender a desenhar, pintar ou mesmo dançar?

Outra opção é escrever um livro, quem sabe começar com as suas memórias? O que não dizer de um curso de teatro e, se você é religioso, não faltarão opções em trabalhos voluntários, cantar em um coral ou mesmo tocar em uma banda.

Cada manhã que levantamos é o primeiro dia do resto de nossas vidas!

Ademais, não fique parado, caminhe, ande de bicicleta, nada e não procure um médico quando os sintomas aparecerem, faça exames clínicos regularmente e visite “o doutor” ao menos uma vez ao ano.

A vida não termina aos 50, aos 60, aos 80 ou mesmo aos 100, nem começa a terminar em alguma dessas idades, pois o fim começa, como lembrou Aristóteles, a partir do momento em que nascemos, então, bola para a frente que começou o segundo tempo, quem sabe não haverá prorrogação?


Foto: Pixabay - benniaotang

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